Ao atuar no setor de transporte de cargas, é inevitável lidar com a complexidade da gestão fiscal. Embora seja compreensível que você queira evitar esses desafios, diversos fatores tornam isso impossível. Um dos principais, é a intrincada carga tributária brasileira e as obrigações que devem ser cumpridas.
No entanto, existem ainda mais razões para priorizar o gerenciamento adequado das questões fiscais. Essa prática desempenha um papel crucial no crescimento sustentável do seu negócio, proporcionando um maior controle sobre os números e os processos, bem como minimizando problemas.
Se você se interessou por esse assunto e deseja compreender melhor o que pode ser feito para garantir uma gestão fiscal eficiente, este conteúdo abordará o conceito, a importância e os benefícios dessa prática, além de oferecer um passo a passo detalhado e explorar as tecnologias que auxiliam nesse trabalho. Acompanhe e confira!
A administração fiscal compreende todas as atividades relacionadas ao controle e à governança dos aspectos tributários da sua transportadora. Isso abrange desde o planejamento e a escolha do regime tributário até a escrituração fiscal e o pagamento de impostos, entre outras práticas.
Por meio da gestão fiscal, você assegura que todas as operações da sua empresa estejam em conformidade com a legislação. Ao mesmo tempo, isso otimiza funções e processos para alcançar os objetivos estabelecidos e facilita a implementação de estratégias tributárias.
E embora esteja intrinsecamente ligada aos setores financeiro e contábil, a gestão dos aspectos fiscais interage com todos os outros departamentos da sua transportadora. Isso ocorre porque essas questões dependem de rotinas específicas em cada área.
Por exemplo, durante o transporte de uma carga, é essencial que o motorista possua a documentação adequada. Caso contrário, a mercadoria pode ser retida durante uma fiscalização.
Dessa forma, a eficácia da gestão fiscal depende de um planejamento adequado às necessidades da empresa e do controle das obrigações fiscais diárias. Isso reduz o risco de inconsistências com os requisitos da Receita Federal e permite que sua empresa cresça de forma estruturada, tanto a curto quanto a médio e longo prazos.
É importante ressaltar, ainda, que existem obrigações acessórias e fundamentais. As obrigações acessórias atendem a requisitos da Receita Federal, como o envio de arquivos, relatórios, declarações, registros e informações.
Já as obrigações fundamentais referem-se ao recolhimento e ao pagamento de tributos, como taxas, contribuições e impostos.
A gestão fiscal desempenha um papel fundamental ao monitorar os aspectos fiscais e financeiros, facilitando as operações do negócio, como o preenchimento de guias de recolhimento. Ao implementar essa prática, é possível analisar a possibilidade de aproveitar créditos fiscais por meio da chamada elisão fiscal.
Isso garante a conformidade com a lei e evita o pagamento duplicado de impostos, o que pode ocorrer devido às complexas regulamentações fiscais brasileiras. Além disso, ajuda a evitar atrasos no pagamento de tributos, que podem resultar em multas e penalidades.
Outro aspecto importante da gestão fiscal está relacionado ao cumprimento das obrigações exigidas. Declarações, arquivos, relatórios e informações devem ser apresentados dentro dos prazos estabelecidos pela Receita Federal. Essa prática auxilia, portanto, no cumprimento das diretrizes estabelecidas.
Em outras palavras, a administração fiscal contribui para simplificar as operações diárias da sua transportadora e para melhor compreensão da carga tributária aplicada. Isso resulta na melhoria da saúde financeira do negócio e na redução de problemas financeiros.
Entender a administração dos aspectos fiscais implica, necessariamente, conhecer as obrigações tributárias. Com isso, uma transportadora precisa lidar com várias delas — e saber quais são é uma maneira de realizar os processos de modo mais eficiente.
É provável que você já conheça as obrigações tributárias devido à rotina e à experiência na gestão do negócio. Ainda assim, é importante entender suas particularidades para evitar os pagamentos duplicados ou a evasão fiscal, que consiste em deixar de cumprir as exigências e envolver-se em crime.
Por isso, vamos apresentar as principais obrigações aplicáveis às transportadoras. Acompanhe!
É um imposto estadual e causa dúvidas no que se refere às regras de origem e destino das mercadorias. O ICMS no transporte de cargas é aplicável tanto para a movimentação intermunicipal quanto interestadual.
O cálculo é realizado de acordo com o valor do serviço do frete, mas as despesas com pedágios e seguro de carga podem ser excluídas. Ainda assim, esses últimos devem estar descritos no Conhecimento de Transporte Eletrônico (CT-e).
A alíquota muda de acordo com o estado de localização da transportadora. O ICMS é uma das obrigações fundamentais.
É mais conhecido como ISS. O imposto é similar ao ICMS, pois também é aplicado à prestação do serviço de transporte. A diferença é que seu recolhimento ocorre quando a movimentação é intramunicipal, ou seja, inicia e termina no mesmo território.
O cálculo é feito conforme a receita da transportadora. Quem paga é o prestador do serviço. A alíquota varia de acordo com o município, mas fica entre 2% e 5%, geralmente.
É uma arrecadação de caráter social, que financia o pagamento de benefícios aos trabalhadores. O PIS fornece o suporte necessário, por exemplo, para o repasse do abono salarial e do seguro-desemprego.
A alíquota aplicável fica entre 0,65% e 1,65% sobre o faturamento da transportadora. Se a empresa movimentar produtos importados, o percentual da contribuição chega a 2,1% e ainda há 1% sobre a folha de pagamento.
É uma contribuição especial que financia a Previdência Social, a assistência social e a saúde pública. Todas as empresas têm o dever de recolher essa quantia, exceto os micro e pequenos negócios optantes do Simples Nacional.
A Cofins é aplicada sobre o faturamento da transportadora em regime cumulativo ou não cumulativo. O primeiro caso vale para empresas com regime tributário Lucro Presumido. Nessa situação, a tributação é de 3% sobre o faturamento.
A cobrança não cumulativa é aplicada para empresas que apuram de acordo com o Lucro Real. A alíquota é de 7,6% sobre a receita.
É uma contribuição à Previdência Social que serve para subsidiar o repasse de benefícios trabalhistas e aposentadorias. O desconto é feito sobre a folha de pagamento para empregados com carteira assinada.
Se você tiver motoristas autônomos, eles precisam estar inscritos como prestador do serviço de frete. O recolhimento do INSS é feito de acordo com o valor do frete, sobre o qual é aplicada uma alíquota de 20%.
Consiste em um imposto federal exclusivo para empresas e com incidência em qualquer regime tributário. O IRPJ pode ser pago trimestral ou anualmente, com alíquotas que variam de 0,165 a 6,12% para prestadores de serviços enquadrados no Simples Nacional.
A faixa a ser empregada depende do faturamento. No Lucro Real, a alíquota é de 15% ou 25%, conforme o lucro, e no Lucro Presumido é de 8% para transportadoras.
A implementação de uma eficiente gestão fiscal traz diversos benefícios para a empresa, oferecendo maior controle sobre os processos e reduzindo o pagamento de tributos através do planejamento tributário.
Além disso, evita-se multas e sanções decorrentes do não cumprimento das obrigações fiscais estabelecidas pela Receita Federal.
Vejamos a seguir algumas das vantagens proporcionadas pela gestão fiscal:
Para implementar uma gestão fiscal adequada, é fundamental começar analisando a situação contábil, financeira e fiscal da sua transportadora. Nesse momento, é importante considerar diversos aspectos, incluindo o regime tributário no qual sua empresa se enquadra, seja Simples Nacional, Lucro Real ou Lucro Presumido.
É essencial avaliar qual regime é mais vantajoso para o seu negócio, levando em consideração o tipo de transporte realizado e o faturamento anual. Embora seja comum optar pelo Simples Nacional, nem sempre é a opção mais econômica. Por isso, é recomendado fazer uma análise detalhada em conjunto com um contador especializado.
Em seguida, é necessário conhecer os pagamentos e retenções que devem ser realizados, assim como os documentos exigidos para cumprir as obrigações fiscais. Para realizar essas operações, algumas dicas essenciais devem ser seguidas. Veja quais são elas:
Ao seguir essas orientações, você estará dando os primeiros passos para uma gestão fiscal eficiente em sua transportadora.
Para garantir uma gestão fiscal eficiente em sua transportadora, é necessário aplicar boas práticas e seguir algumas sugestões que listamos abaixo:
Além de adotar as boas práticas, é crucial evitar erros comuns na administração fiscal para alcançar a eficiência desejada. Conhecer esses erros é essencial, então vamos conferir alguns deles:
O transporte de mercadorias é uma atividade complexa, com muitos processos e detalhes que você precisa controlar com precisão. Certamente fazer isso manualmente é quase impossível, mas a tecnologia pode otimizar o trabalho e garantir sua eficiência.
Com soluções tecnológicas especializadas, é possível agilizar a emissão de documentos, reduzir problemas com o Fisco e garantir conformidade com as leis. Além disso, a tecnologia permite:
Com toda a certeza, as soluções tecnológicas especializadas também contribuem para a organização dos documentos e evitam a aplicação de sanções e multas. Sendo assim. com um sistema ERP, por exemplo, é possível integrar as informações das operações da transportadora, facilitando a tomada de decisões e fornecendo dados úteis para a gestão da cadeia de suprimentos.
Por outro lado, o Sistema de Gerenciamento de Armazém (WMS) controla as etapas do armazenamento de mercadorias, como recebimento, separação e expedição, incluindo a gestão do inventário e a geração de indicadores matemáticos e estatísticos.
Em contrapartida, o Sistema de Gerenciamento de Transporte (TMS) garante uma operação mais integrada e um processo de distribuição fluido, com controle sobre volume de entregas, rotas, custos, documentos fiscais e muito mais.
Os softwares desenvolvidos para atender às necessidades das transportadoras desempenham funções essenciais nos aspectos administrativos, operacionais e financeiros.
Normalmente, oferecem eles em módulos que você pode adquirir conforme as necessidades específicas da empresa. Essas soluções tecnológicas proporcionam melhorias na eficiência, aumentam a satisfação dos clientes e auxiliam na gestão de riscos.
Além disso, automatizam a emissão de documentos e simplificam o monitoramento dos processos. Em resumo, a gestão fiscal é uma prática fundamental para alcançar bons resultados em uma transportadora. Para garantir eficiência nesse processo, é crucial contar com a ajuda de tecnologias, como o nsdocs. Dessa forma, fica mais fácil implementar as dicas apresentadas neste texto e obter sucesso.